Pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, estão desenvolvendo uma forma nova de insulina oral que pode transformar o tratamento do diabetes. Esta nova abordagem promete eliminar a necessidade de injeções para controlar os níveis de glicose no sangue.
Testes realizados em animais, incluindo ratos, camundongos com diabetes e babuínos saudáveis, mostraram resultados promissores, publicados no periódico científico Nature. Os pesquisadores planejam iniciar testes em humanos no próximo ano.
A insulina oral tem uma vantagem sobre a versão injetável, pois pode entregar o hormônio diretamente no fígado, onde pode ser absorvido pela corrente sanguínea. Isso sugere que a insulina oral pode oferecer uma ação mais eficaz no controle do diabetes.
O diabetes é uma condição crônica causada pela produção ineficiente ou pela resistência à ação da insulina, o hormônio responsável por regular os níveis de glicose no sangue. Cerca de 10,2% da população brasileira vive com diabetes, de acordo com dados da pesquisa Vigitel Brasil 2023.
Até agora, o uso de insulina por via oral não era possível devido à sua natureza como uma proteína, que seria digerida no estômago antes de chegar ao fígado, onde é necessária. No entanto, os pesquisadores desenvolveram nanopartículas capazes de resistir a esse processo de digestão, permitindo que a insulina seja absorvida adequadamente.
Ao contrário das injeções, que muitas vezes resultam na liberação de insulina nos músculos e no tecido adiposo, a insulina oral direciona o hormônio diretamente ao fígado, onde pode ser utilizado de forma mais eficiente. Isso pode ajudar a reduzir o risco de hipoglicemia, uma complicação comum associada ao uso de insulina injetável.
Além disso, a insulina oral pode melhorar a adesão ao tratamento, uma vez que os pacientes não precisarão mais se submeter a injeções. Simplificar o tratamento pode significar uma melhor qualidade de vida para milhões de pessoas com diabetes.
Embora esses avanços sejam promissores, os especialistas alertam que ainda há um longo caminho a percorrer antes que a insulina oral esteja disponível para pacientes com diabetes. No entanto, esses desenvolvimentos representam uma nova esperança para aqueles que vivem com essa condição crônica.
